quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Infinitude


Seu último momento de amor
foi tão fresco e doloroso,como
a juventude transplantada através
do tempo com seus olhos brilhando
de amor;bêbados de sol...
Sentiu a carícia deslizar levando-o
em doce desbrochar...
O amor inflou como uma vela,
com a respiração entrecortada que
 não parava de ondular vagarosamente,
num leve roçar,sendo expelido em
lentos movimentos,riscando a
  areia do caminho no suave vaivém.
O chão oceano,o leve roçar que...
Deflagrou o mar...

                                                          Marcia Portella_Go

domingo, 3 de agosto de 2014

Ruas quietas


Hoje o dia tem uma melancolia que
faz com que me sinta menos sozinha
em minha própria melancolia...
Saio a caminhar no primeiro dia de julho
em ruas quietas,frias,tristes,e vazias...
Algumas varandas ainda tem vestígios de
flores de maio perdidas no tempo...
Paro,escuto o silêncio,registro momentos.
Ouço uma agulha arranhando um vinil.
Na parede um violão encostado,a palheta
guardada,o quadro negro apagado,o giz
quebrado,o chão riscado...
Nos armários vestidos pendurados pairam
no ar como fantasmas lacrados,esquecidos.
Sinto a solidão passar apressada,acanhada,
calada,encostando em muros pichados
fugindo do resmungo do tempo...
Em uma janela o feixe de um abajur brilha
como se fosse o sinalizador minúsculo de
um farol,avisando que a noite chega como
um veleiro onde todos voltam a navegar
recriando seus destinos..
A brisa está fria,abraço meus braços
Aperto o passo...entro no silêncio...

                                                                  Marcia Portella_Go