terça-feira, 26 de abril de 2016

Clausura



No santuário da alma,
confesso sentimentos
 mesclados do sagrado 
ao profano...
Peço absolvição sentindo 
o perfume que exala do
incensório da nave fria,
da minha capela.
Em comunhão solitária
invoco o amor, sorvendo a
hóstia que contém 
sua essência...
Em clausura,ungida com
óleo sagrado apago velas
esguias,que derramam lágrimas
 de fogo na penumbra...
No silêncio pesaroso que paira
no ar cerro as portas, com o 
céu e inferno ampliados em mim.
Santa...insana

Marcia Portella



Goiânia_9 de outubro de 2009

hotographer Ilona Pulkstene





sexta-feira, 22 de abril de 2016

Lunar




Com a suavidade de um suspiro,
a melodia chega leve,tocando cordas,
acariciando,encrespando em arrepios
dando um toque de swing no blus.

Em seguida cai na melancolia da
 paisagem lunar.
A música espreguiça na lenta 
planície sem fim,além do que acaba
o mundo ressoando em notas,
ritmo e cadência...

Á medida que o crepúsculo cai,
notas recaem sobre a pauta,
bafejando fogo em todos os sentidos,
cruzando a estrada que a lua abre,
em luz e sons...

Sensações correm nas veias que
ao gotejar,abre-se em flor orvalhada;
nessa noite onde tudo pertence...
Ao descompasso.


                                   Marcia Portella


Imagem_Tumber
                         

                              

  
      
                                        


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Déjà vu



No silêncio...sinto sua presença
esbarrando em meu vazio.
Uma visão rápida...um déjà vu,
como se uma porta fechada abrisse
de repente.
A tarde é banhada por uma luz pálida,
anterior a todas as luzes do mundo.
A brisa reforça,as árvores inclinan-se
suplicantes; o jasmim exala em 
 espasmos perfumados.
Olho no céu e o vejo entre nuvens
como Zeus, em um pintura alegórica.
Minha alma brota do corpo em verde
haste;indo à seu encontro na vastidão
do céu esvoaçante,ágil no arrepio da
Imaginação...

                                         
Marcia Portella

Imagem_Vetor