quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Fragmentos



Partiu sem tempo de dizer adeus.
Calada,com o sal ardendo em minha
boca selada,criei a fantasia da despedida
ciciando poemas que não foram
poetizados, sentindo minha paisagem
interna esmaecida sem saber se está
em mim ou foi contigo...

Quem sabe lentamente já esteja morta,
sem entender,sem saber onde colocar
os olhos,as mãos, por onde andar, ou então
esteja na ponta do meu olhar o que não
 ousei ver,falar e sentir...

Nada mais importa se tudo agora soa
falso,se me alastro em busca de um gemido
saído das sombras,de um brilho
num olhar agora...opaco.

Quem sabe ainda escute seus passos
trazendo a melodia final no compasso
descompassado da dor...


                              Marcia Portella

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