A tarde esfuma-se
lentamente tocada por
dedos ávidos da noite...
Rabisco,apago,
volto a escrever em
ritmo alucinado...
Letras confusas dançam
descompassadas..
O papel reage aos rasgos
da indecisão,cria vida
e roga às palavras que
sejam breves...
O pensamento cala,
a razão blasfema,o corpo
vibra em defesa, acuado...
Sentidos palpitam,
mãos caem em flacidez
deitando-se no colo do
aconchego...
Olhos falam em sua nudez
crescente versos em breves sons,
deixando um rastro de sonhos...
O grito preso em algemas
de silêncio...corta o ar
em pedaços de agonia,
morrendo lentamente afogado
em águas salinadas
De mar ausente..
Marcia Portella
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