terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Rituais



O vinho não foi bento,a palavra
 não confessou,a nave da capela
ficou fria...
O livro não foi lido,cânticos de 
de louvor,ecoaram sem sentido.

O cálice suspenso entre mãos,
tingiu a bata branca onde a cólera
controla o fogo sagrado, na pira
funerária que consome a fúria.

Rosários desfiam entre dedos feridos.
Em clausura secam corpos fecundos
em eterna prisão.
Nos outeiros em gritos vermelhos,
crescem flores.
O missal contempla bênçãos solenes-
 nos joelhos feridos,constante oração.

Tortura no confessionário onde 
ecoam gemidos...
Pecadora confessa,espera punição.
Ungiu em óleo seu corpo em chamas,
Adormeceu ébria nos braços de Baco-
Roga absolvição...


                                   Marcia Portella_Go
Imagem_Web

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