domingo, 27 de setembro de 2015

Voz calada




Apesar da luz que irradia,
sinto que entrei em um mundo de
 sombras,recolhida no silêncio com
uma cortina de tule descendo
diante dos meus olhos...
O grito mudo de sua ausência some
espantoso entre as paredes ...
Ouço sua voz calada, sua respiração;
te amo no desespero dos aflitos...
Vejo seu caminhar no vulto encolhido,
solitário,que passa com os braços soltos
nos lados como anjos caídos...
Sozinha, cruzo as mãos em prece.
Cerro minhas pálpebras_borboletas
cansadas de dançar entre flores inquietas...
Velas acesas despejam sombras nas paredes.
Lamento como uma carpideira
 entoando ladainha.
Em desespero,brado em gritos infames
entre velas e flores;...não posso
 ficar parada no tempo!.
Entrego nossas almas à esteira rolante da 
da eternidade desço o véu.
Sigo em sombra...


                                                     Marcia Portella




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