Em uma tarde de verão, você curvou
suas asas sobre mim me engolfando
em um silêncio triste...
Não me reconheceu pois meu rosto
agora... é ilusão.
Não sou feita de matéria mas de sim
de memórias onde corpos parecem
fumaça,e almas arrastam-se carregadas
de saudades e lembranças...
A memória, traz um cheiro antigo de igreja
silenciosa onde raramente celebram cultos;
o musgo cresce nas paredes onde
tentáculos de heras invadem vitrais coloridos;não ouço o sino bater,o órgão...
A pia batismal está manchada de esquecimento...
Entro no confessionário vazio,onde não confessei meu amor que demorou no ar dançando à minha frente, como se fosse uma palavra proibida...
Sinto a embriaguez dos momentos passados transbordando com gosto do vinho que brindamos em outros tempos;lembro com saudade de suas asas que em uma tarde de verão, curvaram-se sobre mim.
Marcia Portella
Numa tarde de verão tudo é possível, querida Marcia.
ResponderExcluirBeijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLinda criação, Márcia!
ResponderExcluirTe abraço.
Um poema todo Márcia.
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